24 de set. de 2013

REABERTURA DAS SÉRIES

Em 2013 o Blog da Flavia Liberman está com jeito novo. Mudamos a cara e re-abrimos as séries de forma diferente. Agora, cada série estará na guia superior para que possam acessar cada assunto de forma mais rápida. Por enquanto temos a página principal, que chamamos de ABERTURA DAS SÉRIES, na sequencia a SÉRIE DOS TEXTOS INCRÍVEIS/ BIBLIOTECA ON-LINE, e a SÉRIE DOS VÍDEOS INCRÍVEIS. Continuamos aceitando sugestões e aguardamos novos contatos. Esperamos que gostem. Flavia Liberman e Barbara C. Mello blogdafla@gmail.com

7 de out. de 2008

SÉRIE DAS PRODUÇÕES

Nesta série são apresentados alguns dos muitos trabalhos de vários terapeutas ocupacionais.
Para iniciar , apresentamos um pouco a história das aranhas que tecem seus pontos criando redes imagináveis. Ela nos inspira nos trabalhos realizados pelos participantes dos grupos que pouco a pouco tecem seus escritos, reflexões, enfim criações.
Enquanto a aranha " baba" ela produz, assim estamos nós.. nos alimentando com teorias, conversas, trocas de experiências potencializando a capacidade de invenção em nós - individual e principalmente coletiva.



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BABANDO UMA TEIA, BABANDO UM TRABALHO
ARANHAS
As diversas glândulas (existem 7 tipos, que nunca ocorrem na mesma aranha) localizadas no abdômen da aranha produzem diversos tipos de fio de seda, cada qual com finalidade diferente: fios para encapsulamento da presa (glândulas aciniformes); fios para formar a "moldura", raios e espirais da teia (glândulas ampoladas); fios para formar os casulos (glândulas tubuliformes), etc.
O diâmetro médio de um fio de seda em uma teia de aranha esférica é de cerca de 0,15µm. Graças à reflexão da luz do sol no fio somos capazes de ver a teia, pois o olho humano, a uma distância de 10 cm, só consegue detectar objetos com um diâmetro de 25 µm. Uma das características extraordinárias da seda da aranha é sua resistência. Um fio de seda de aranha com uma espessura mínima seria capaz de parar um bezouro voando com velocidade plena. Se o fio tivesse a espessura de um lápis seria capaz de fazer parar um Boeing 747 em pleno vôo.
Não apenas estes fios são fortes, como também são elásticos. Um fio comum de seda de aranha é capaz de estender-se por até 70 km sem se quebrar sob seu próprio peso! E pode ser esticado até 30 ou 40% de seu comprimento, sem quebrar-se, enquanto o nylon suporta apenas 20% de estiramento.
A seda da aranha é constituída principalmente de uma proteína que tem massa molecular de 30.000, enquanto dentro da glândula. Fora da glândula, ela se polimeriza para dar origem à fibroína, que tem massa molecular em torno de 300.000.
Muitas aranhas tecedeiras reciclam suas teias. A teia tem que ser renovada freqüentemente e como ela consome bastante recursos de nitrogênio da aranha, esta se realimenta da seda.
Os fios da seda de aranha já foram usados antigamente nos retículos de lunetas astronômicas, micrômetros e outros instrumentos óticos. Algumas tribos da América do Sul empregam as teias de aranha como hemostático em feridas. Pescadores da polinésia usam o fio da aranha Nephila, que é exímia tecedeira, como linha de pescar. Em Madagáscar, nativos capturavam as aranhas Nephila, e obtinham rolos de fios, que usavam para fabricar tecidos de cor amarelo-dourada.Também já se tentou produzir tecido a partir de fios obtidos de casulos, porém nenhuma destas atividades é prática ou econômica.
Se você já teve a oportunidade de observar uma aranha em plena atividade de construção da teia, certamente percebeu que existe uma sabedoria intríseca em sua técnica: na maneira como ela estende primeiro os grandes eixos de sustentação da teia e, a partir daí, vai unindo esses fios de suporte e preenchendo os espaços vazios com fios radiais, rapidamente, dando origem a uma estrutura de impressionante geometria, além de grande resistência.
Uma boa pergunta seria: como a aranha consegue fazer a fixação inicial do fio, que ela produz de seu próprio corpo, entre duas superfícies às vezes sem contato -- entre dois galhos de uma árvore, por exemplo? A aranha não voa...Tendo fixado primeiramente o fio em um galho, o que ela faz para fixar a outra extremidade em outro galho? Sai andando pela árvore, carregando atrás de si o fio, sobe até o outro galho e de lá puxa o fio e o fixa no galho? Não, ela age de forma mais simples, usando o vento e um pouco de sorte.
A aranha produz os fios em quantidade e espessura adequadas, sendo que cada glândula produz fio de qualidade diferente. Existem fios adesivos e fios secos, não adesivos. Um finíssimo fio adesivo é liberado pelas fiandeiras e, enquanto a aranha vai tornando este fio cada vez maior, o vento o carrega até encontrar um ponto onde o fio fica aderido. Então, a aranha caminha com cuidado sobre este fio-guia, reforçando-o com um segundo fio.
O processo é repetido até que o fio esteja suficientemente forte. Depois disso, a aranha lança um outro fio, formando uma espécie de Y, abaixo do fio inicial. Esses são os três primeiros fios que formam o eixo da teia. Ao se observar uma teia de aranha, distinguem-se a moldura, os raios e a espiral. Existem muitas variações na construção da teia, conforme a espécie da aranha.
Algumas aranhas, constroem no centro da teia outra pequena espiral, ou uma rede de malhas, que funciona como "refúgio". A espiral de "captura" é especialmente construída para as presas e é feita com fios viscosos, adicionados paralelamente um ao outro. A espiral de captura deixa às vezes dois raios livres, de onde parte um fio especial, chamado "fio telefônico", que conduz ao refúgio da aranha, quando este é construído fora da teia. A aranha pode captar as vibrações deste fio, para informar-se sobre o tamanho e o tipo de presa que caiu na armadilha.
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PRODUÇÕES DE UMA TERAPIA OCUPACIONAL CONTEMPORÂNEA


Barbara Cristina Mello


Terapeuta Ocupacional
Janeiro/2009
Em tempos onde as produções do fazer na terapia ocupacional apresentam-se cada vez mais dinâmicos e inventivos, cabe-nos a abertura dos campos de criação e interlocução entre o novo e o antigo.

É importante destacar que as bases da terapia ocupacional, mesmo tendo sido organizadas e instauradas em uma outra época, ainda sim demonstra-se capaz de permitir ser re-pensada, re-inventada e restaurada a cada momento, devido ao dinamismo de nossa profissão.

Desta forma, sempre haverá coisas que iremos concordar e de certa forma será investido por cada um de nós, e também aqueles aspectos que não nos afeta, e serão colocadas em reserva deste cotidiano vivido. Porém, a diversidade do saber, do fazer e das interlocuções é que constituem a contemporaneidade da terapia ocupacional e do terapeuta ocupacional.

As tessituras deste fazer vão se compondo junto à prática desta clínica diversificada, que necessita e se faz de bons engendramentos, apropriação de territórios, criação de redes, fundamentação teórica, ampliação de leituras das relações e do ser humano e das intensidades dos encontros e desencontros que acontecem no setting terapêutico.

Devemos estar atentos às dinâmicas que vão se estabelecendo neste jogo de potências e nos ciclos que acontecem em tudo aquilo que é vivo. O cotidiano que se estabelece faz do tempo um grande aliado que se encarrega deste processo, montando e re-montando a orquestra de intimidades da vida, dos diferentes fazeres, dos desejos, das experiências e vivências, dos afetos, dos encontros e relações na clínica da terapia ocupacional.

Neste jogo de contatos com o outro, a partir da ótica da diversidade humana, nos possibilita grandes improvisações, desde que saibamos que a improvisação aqui é vista como potente caminho de criação de uma clínica da terapia ocupacional e não como disparador de atos infundados, descontextualizados ou sem sentido.

E esta clínica que acolhe a improvisação em seu cotidiano torna-se potente e oferece ao terapeuta e sua clientela novos jeitos de fazer e viver que atravessados por estes diferentes fluxos, se faz e re-faz em seu dia a dia.


Sugestões de leitura:


- CASTRO, Eliane Dias. Relação Terapeuta-Paciente. In CAVALCANTI, Alessandra; GALVÃO, Cláudia. Terapia Ocupacional: fundamentação & prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
- LIBERMAN, Flavia. Delicadas coreografias: instantâneos de uma terapia ocupacional. São Paulo: Summus Editorial, 2008.
- LIMA, Elizabeth M. F. Araújo. Desejando a Diferença. Revista de Terapia Ocupacional da USP. São Paulo, vol. 14, nº 1, 2003.

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ENCONTRO

por Barbara Cristina Mello
Texto elaborado durante vivências e afetações do grupo realizado no ano de 2006.


Um breve encontro na sutileza presença entre mãos. Mãos que não precisam se tocar para sentir o outro. O que é isso? É a presença.
As mesmas mãos que de frente uma para outra são símbolos do fazer, canais do sentir e que se movimental em direção ao desejo. O desejo do afeto, também de afetar e ser afetado.
Podemos afetar o outro com um simples toque, e nisso somos afetados por diferentes coisas, pode ser o acolhimento, um toque caloroso e aconchegante, pode ser também o da surpresa, por não estar esperando ser tocado. Mas, será que houve toque? Será que houve acolhimento?
Minhas mãos estavam lá, e estão paralisadas na fotografia, estão retratando um movimento e a sensação deste dia, e afetou-me de outra forma.
Houve momento de entrega e também momento de recolhimento. Ofereci minhas mãos, pude acolher com um simples movimento, e ao saber que precisava ser nutrido já havia se preenchido, as recolhi pra junto de meu corpo.
A imagem é real, a sutileza acontece, afetei e fui afetada, através do afeto sentimos a presença do outro e acontece um encontro.

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OLHAR


por Juliana Duenha Dimitrov
Texto elaborado durante vivências e afetações do grupo realizado no ano de 2006.



“O seu olhar, seu olhar melhora... Melhora o meu...”.
Tribalistas


O Seu Olhar Reflexos de um olhar para o horizonte: o que eu sou a partir do olhar do outro. (anotações e percepções vividas durante o grupo de estudos vivenciado – 2005/2006) – por Juliana D. Dimitrov


“Pensar naquilo que não faço. Por um momento, experimentar algo que não sou, mas que ainda assim, existe dentro de mim.
Abrir os ombros, olhar para cima, alinhar o quadril. Dor, aflição, ansiedade... Por que será que é tão difícil abrir mão daquilo que se é sempre, sem pensar um minuto sequer?
A troca das poses entre a dupla, a possibilidade de olhar e ser olhada me suscita muitas coisas na medida em que a proposta acontece...
Ao olhar, olho de baixo, de lado, de trás, de cima... Olho os pés, as unhas, a pele... A roupa, os cabelos, os olhos, a testa, as sobracelhas... Olho de longe, olho de perto...
E descubro, que olhando de baixo, lá, deitada no chão, que tudo se amplia; e relembro o quanto é bom olhar para cima, lá de baixo, no chão... É uma sensação boa, de amplitude, de acolhimento do mundo.
Olhar para cima deitada no chão, me lembrou ser criança... Lembrou-me correr até cansar e se jogar no chão depois, uma espécie de entrega... Uma entrega para o mundo.
Ao lembrar - me disso, de ser criança, me coloquei com as pernas abertas, com o tronco curvado, olhando entre elas, e vi tudo de ponta cabeça... O que era chão, naquela hora, virou teto.
E pensando bem, a vida é assim mesmo. Às vezes, ela tá de ponta cabeça, e a gente nem se da conta disso.
Mas o grande despertar, “o farfalhar de folhas, [a] perturbação desconhecida, uma espécie de cintilância” [1], me surgiu mesmo enquanto caminhava olhando para baixo; percebi naquele instante, o quanto olho para este chão que eu piso, todos os dias, o quanto olho tanto mais para os pés das pessoas do que para seus rostos, o quanto, às vezes eu me misturo com esse chão,me transformo nele... O quanto, outras vezes, eu quero ser o chão... E não posso ser.
Depois disso, caminhei olhando para o horizonte, para frente... E vi pessoas, rostos, o mundo... Vi sorrisos, me assustei, me diverti, me impressionei...
Andar olhando para frente, de peito aberto, me fez lembrar o quanto não ser chão, também é bom...
Percebi, que enfrentar o mundo de peito aberto não é fácil, mas é possível. Dolorido, mas possível.
Em alguns momentos, vi-me refletida no olhar dos outros, e notei o quanto aqueles olhares melhoram o meu... O quanto estes olhares me fizeram e me fazem bem...
Permitem que eu me veja, refletida diante de um outro prisma, em uma outra história, que também é minha, mas que esta esquecida, e que há tanto tempo não faço parte...
Compreendo de novo e finalmente, que, para me lembrar de ser e viver histórias, preciso, involuntariamente, do olhar do outro.”

[1] A Nau do Tempo Rei” – Peter Pelbart


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Texto produzido por Iara Marques
do Grupo de Estudos Vivenciados: Delicadas Coreografias - 2008


A vida acontece de um jeito interessante, o que pude perceber no decorrer do tempo é que não importa como, mas ela acontece. Digo isso não como algo que queira ser poético, mas sim como algo que é.
Meu interesse pelo grupo de estudos partiu de uma experiência: o teatro.
Ah o teatro....
Tem pessoas que são pegas pelo estômago, eu fui pega pela afetação que aquela experiência me proporcionou.
Minha idéia de trabalhos com o corpo era bem diferente da que sinto agora. Afinal, ser afetado e afetar, nem sempre é algo fácil.
A cada novo encontro eu crio novos encontros comigo e a partir desses encontros surgem novas conversas e inúmeras possibilidades de explorar aquilo que sou, quem sabe de um jeito diferente do que entendo que sou.
Os encontros com os corpos me vivificam, me dão contorno e me ajudam a criar mecanismos para vingar.
Através do vivido, do experimentado eu percebo quem sou, nomeio melhor aquilo que sinto, e o que antes era invariavelmente estático se movimenta, permitindo que eu me aproprie de um corpo que é meu e que a partir disto, pode seguir desperto.

27 de set. de 2008

LANÇAMENTO DO LIVRO: DELICADAS COREOGRAFIAS Instantânemos de uma terapia ocupacional



Flavia Liberman, autora da obra, coletou dezenas de depoimentos e estudos a fim de problematizar características da prática da terapia ocupacional e discutir seus conceitos. A autora analisa as delicadas coreografias de alunos e pacientes mostrando ser possível desenvolver maiores sensibilidades, mais atentas ao próprio corpo, ao pulso vital e aos contatos com o outro. 

Colorido e com capa dura, o livro analisa os procedimentos que envolvem o corpo, as abordagens corporais e a dança na prática clínica. Utilizando a interconexão entre texto e imagens, além da experiência clínica e de trabalhos em cursos de graduação e com grupos, a autora aborda de modo acessível contextos clínicos nos quais grupos vivenciaram uma série de propostas ligadas a criação, expressão e contato corporal.

Com aproximações entre terapia ocupacional e filosofia, educação e arte, a obra apresenta cenas e depoimentos de participantes que apresentam as ressonâncias do trabalho, deixando clara a importância de sistematizar e principalmente criar uma proposta singular pautada no encontro entre corpos.

Os estudos teóricos evocados pela autora, aliados à experiência, permitem aprofundar e ampliar conceitos e procedimentos na terapia ocupacional, mas também se configuram como ferramentas para a reflexão em outros campos de conhecimento.

Para mais informações sobre o livro, acesse o endereço http://www.gruposummus.com.br/detalhes_livro.php?produto_id=1119

26 de set. de 2008

DELIVERANDO IDÉIAS... MÁSCARAS DAS TRIBUS DE L´Omo

Da produção de máscaras no Grupo de Estudos e da fotografia como material de pesquisa e registro do acontecimento, chegamos às imagens das pinturas corporais das tribus de l´OMO. Abaixo uma pequena parte do trabalho feito pelo fotógrafo Hans Silvester.




25 de ago. de 2008

SÉRIE DAS COISAS BREVES...

enviado por BETH BRAGA



Fernando Pessoa
(Lisboa, 13 de junho de 1888 - Lisboa, 30 de novembro de 1935)


Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

12 de dez. de 2007

SÉRIE DA FLA: TESE DE DOUTORADO DISPONÍVEL NA BIBLIOTECA DA PUC-SP

LIBERMAN, Flávia. Delicadas coreografias : instantâneos de uma terapia ocupacional. Tese de doutorado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP, 2007.
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